Na última semana abordamos um dos grandes nomes da arquitetura moderna e mestre do minimalismo, Mies van der Rohe. A filosofia estética e projetos desenvolvidos por Mies foram de extremo impacto para o desenvolvimento da arquitetura no século 20 e seu legado vive até os dias de hoje, influenciando diversos dos mais relevantes projetos contemporâneos.
Dentre todas as culturas ao redor do mundo, o minimalismo de Mies pode ser claramente visto no trabalho proveniente dos arquitetos Japoneses. Essa tradição começou com nomes como Fumihiko Maki e Kenzo Tange em meados do século 20, mas a partir da virada do século se popularizou em diversos escritórios. Um dos de maior relevância é o SANAA, fundado em 1997 por Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa, laureado com o prêmio Pritzker em 2010.
O SANAA chamou a atenção do mundo da arquitetura na virada do século 20 para o 21 com alguns projetos para instituições culturais no Japão. O O-Museum, localizado em Nagano, foi o primeiro destes. Com uma ampla fachada de vidro e aberturas estratégicas para entrada de luz, essa construção se camufla à natureza e integra o exterior junto ao interior do edifício. As colunas espaçadas, criam a impressão de que o O-Museum flutua no espaço.
A partir deste projeto, o SAANA ganhou relevância global e instituições culturais fora do Japão, trouxeram a dupla para desenvolver alguns projetos que já viraram verdadeiros clássicos da Arquitetura no século 21. Em 2006, o prestigioso Louvre encarregou ao escritório o desenvolvimento de uma nova sede em Lens, no norte da França. O projeto foi concebido por meio de diversos pavilhões situados em uma antiga área de mineração. A transparência do vidro junto à estrutura de alumínio, mais uma vez, integra os edifícios ao contexto externo.
Outro projeto icônico do escritório é o New Museum, em Nova Iorque. Esse prédio, remete a uma série de caixas empilhadas verticalmente, criando uma forma dinâmica e escultural em uma das áreas mais badaladas de Manhattan. Nos Estados Unidos, o SAANA também desenvolveu o Grace Farms, um centro comunitário constituído a partir de estruturas com formas arredondadas que navegam pelo terreno se misturando com o ambiente natural.
A dupla também ficou responsável por desenvolver o galpão de produção da Vitra, marca renomada de móveis. Em um projeto com uma finalidade totalmente distinta das instituições culturais, o SAANA criou uma estrutura cilíndrica, que além da beleza, incorpora diversos princípios de sustentabilidade.
O foco na funcionalidade, nos espaços iluminados por luz natural e a atenção aos detalhes que o SAANA preza, deixariam Mies van der Rohe mais do que orgulhoso. “Menos é Mais” nunca foi tão atual e poucos exerceram tão bem quanto os japoneses, em espacial essa dupla, que faz jus a ideia de Mies que Deus está nos detalhes.
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