Nas duas últimas semanas tratamos de percussores do Modernismo Paulistano. Gregori Warchavchik e Flavio de Carvalho representaram a vanguarda cultural e espírito de inovação da cidade de São Paulo da década de 1920. Nesse período, o mundo estava em plena reconstrução pós Primeira Guerra Mundial, passando por um forte processo de industrialização e de renovação cultural que começaria a moldar o mundo que vivemos hoje.
Um dos nomes mais importantes nesse processo foi o de Ludwig Mies Van Der Rohe. Nascido na Alemanha e radicado em Chicago, Van Der Rohe arquitetou diversos princípios construtivos do mundo contemporâneo. Suas obras do Pavilhão de Barcelona (1929), do Edifício Seagram (1958) em Nova Iorque e da Casa Farnsworth (1951) influenciam arquitetos até os dias de hoje. Além de arquiteto, Mies também foi Diretor da Bauhaus, a revolucionária escola alemã de Arte, Design e Arquitetura que disseminou os princípios da simplicidade estética e da funcionalidade para diversas vertentes culturais.
Van der Rohe presidiu a Bauhaus entre 1930 até 1933, quando a escola foi fechada pelo recém-empossado governo Nazista. Em 1937, ele sai da Alemanha em busca de uma vida sem opressões. O destino escolhido foi Chicago, a cidade que até então produzia diversas das mais relevantes obras Arquitetônicas dos Estados Unidos. Em solo americano, Mies embarcou em uma jornada de aproveitar o boom construtivo dos anos 1940 e 1950 para disseminar suas ideias, desenhos e projetos por todo o país.
Diversas obras merecem destaque, mas talvez, a Casa Farnsworth (1951) tenha sido a que melhor tenha materializado a filosofia estética de Mies. Construída nos arredores de Chicago, esse projeto começou com uma ideia de integrar o interior da casa com a natureza do terreno. Hoje, essa ideia pode parecer simples. Mas até então, a arquitetura tinha como grande objetivo ser um abrigo contra os potenciais perigos do mundo afora.
Van der Rohe propõe uma casa elevada por palafitas de ferro, com janelas do chão ao teto, e uma planta aberta, na qual a funcionalidade do espaço seria determinada por móveis e não por paredes. Essas características arquitetônicas materializaram o desejo de Mies de construir um senso de continuidade entre o exterior e o interior e representa de forma única o famoso ditado atribuído ao mesmo: Menos é Mais.
Ao diminuir as barreiras físicas com o mundo externo, ao deixar toda a luz possível se integrar ao ambiente interno e escolhendo de forma super criteriosa todos os elementos decorativos, a Casa Farnsworth ajudou a criar a linguagem estética do Minimalismo, reenfatizado pela fatídica frase do Arquiteto: “Deus está nos detalhes”.
Mies van der Rohe mostrou ao mundo que devemos abraçar o contexto natural em que estamos inseridos e que a luz tem de estar sempre presente em nossas vidas, seja dentro ou fora de casa. Na próxima semana, veremos como os princípios estéticos de Mies continuam influenciando o melhor da arquitetura até os dias de hoje.
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